7 de agosto de 2025
A reciclagem é mais do que uma ação ambiental. Ela é um caminho real de geração de trabalho, renda e inclusão produtiva no Brasil. No centro dessa cadeia estão os catadores, profissionais que, mesmo enfrentando estigmas e precariedade, desempenham um papel essencial para o funcionamento da economia circular no país. Catadores: quem são e o que representam? Estima-se que mais de 800 mil pessoas no Brasil vivem da coleta de recicláveis. Na América Latina, esse número ultrapassa 4 milhões, e no mundo todo são mais de 20 milhões de trabalhadores. Só no Brasil, essas pessoas são responsáveis por 58% do plástico reciclado, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Além de movimentarem toneladas de materiais todos os dias, elas evitam que resíduos sejam destinados a lixões ou aterros, contribuem com a saúde pública e ajudam a economizar recursos naturais. Desafios estruturais e invisibilidade social Apesar de sua importância, grande parte da categoria enfrenta uma realidade dura: insegurança alimentar, falta de proteção social, trabalho informal, ausência de equipamentos adequados e jornadas exaustivas. Caminhos possíveis para transformar o cenário O fortalecimento da reciclagem depende do reconhecimento das(os) catadoras(es) como agentes ambientais. Isso passa por: Valorização e contratação de cooperativas pelo poder público; Criação de políticas públicas de inclusão produtiva; Apoio estrutural (equipamentos, infraestrutura, logística); Campanhas de educação ambiental e separação correta dos resíduos pela população. A reciclagem pode ser uma das principais estratégias de combate à pobreza urbana e à degradação ambiental, desde que seja feita de forma justa, com participação popular e valorização das pessoas que tornam tudo isso possível. Valorizar os catadores é reconhecer que a sustentabilidade começa pelas mãos de quem cuida do que muitos descartam. Fortalecer essa rede é garantir uma reciclagem que, de fato, gera futuro para todos.